A obesidade afeta mais de 650 milhões de adultos em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) estima que cerca de 60% da população está acima do peso. Diante desse cenário alarmante, a cirurgia bariátrica tem sido uma alternativa eficaz para pacientes que não conseguem reduzir o peso por métodos convencionais. Mas afinal, quem deve considerar esse tipo de intervenção?
Quando a Cirurgia Bariátrica é Indicada?
Os médicos recomendam a cirurgia bariátrica para pessoas com obesidade grave ou mórbida, quando o Índice de Massa Corporal (IMC) supera 40. Para indivíduos com IMC entre 35 e 40, os especialistas indicam a cirurgia se houver comorbidades, como diabetes tipo 2, hipertensão ou apneia do sono. Nesses casos, a perda de peso pode ser crucial para o controle dessas condições.
Além do IMC elevado, outro fator importante é o histórico de tentativas de emagrecimento sem sucesso. Pacientes que tentaram diversas abordagens, como dietas, exercícios e medicamentos, sem obter resultados duradouros, podem encontrar na cirurgia uma solução viável. No entanto, é fundamental que o paciente esteja ciente dos riscos e compromissos envolvidos no pós-operatório.
A indicação de um cardiologista é crucial para avaliar o risco cirúrgico. Pacientes com doenças cardíacas precisam de um acompanhamento detalhado para garantir que a cirurgia seja segura e beneficie a saúde como um todo, sem prejudicar o coração.
Quem Não Deve Realizar a Cirurgia?
Nem todos os pacientes com obesidade são candidatos ideais para a cirurgia bariátrica. Indivíduos com transtornos alimentares graves, como bulimia, ou com condições psicológicas não controladas, como depressão severa, precisam tratar essas questões antes de considerar o procedimento. O apoio psicológico é parte essencial do processo, garantindo que o paciente esteja emocionalmente preparado para as mudanças drásticas no estilo de vida.
Além disso, pessoas com condições de saúde que apresentam risco elevado de complicações cirúrgicas, como insuficiência cardíaca avançada ou doenças pulmonares graves, talvez não devam realizar a cirurgia. Nesses casos, o paciente deve considerar outras formas de tratamento com o apoio de uma equipe multidisciplinar.
Gestantes ou mulheres planejando engravidar também precisam adiar o procedimento. A cirurgia pode impactar a absorção de nutrientes essenciais, o que pode prejudicar a saúde da mãe e do bebê durante a gestação. Portanto, é necessário um planejamento adequado para evitar complicações.
O Papel do Acompanhamento Multidisciplinar
A cirurgia bariátrica não é um tratamento isolado. Ela envolve um acompanhamento multidisciplinar com profissionais de diversas áreas, como nutricionistas, psicólogos e, especialmente, cardiologistas. Pacientes que passaram pelo procedimento precisam seguir uma rotina rigorosa de acompanhamento para garantir que a perda de peso seja mantida de forma saudável e sustentável.
O nutricionista desempenha um papel essencial na reeducação alimentar do paciente, ajudando a adaptar a dieta às novas condições do sistema digestivo. A falta de nutrientes importantes pode resultar em complicações, como a anemia e a osteoporose, o que torna a orientação nutricional indispensável.
O acompanhamento psicológico também é fundamental, pois a perda de peso drástica pode gerar conflitos emocionais e afetar a autoimagem do paciente. O apoio contínuo auxilia na adaptação às mudanças físicas e na superação de possíveis desafios emocionais.