As mudanças climáticas vêm afetando a saúde em diversos aspectos, inclusive a saúde do coração. Segundo um estudo da American Heart Association, o aumento de temperatura e a exposição à poluição podem elevar em até 20% o risco de problemas cardiovasculares, principalmente entre pessoas com condições preexistentes. Com as condições climáticas extremas se tornando mais frequentes, entender a relação entre o clima e a saúde cardíaca é fundamental para adotar medidas preventivas e garantir o bem-estar.
O impacto das temperaturas extremas no sistema cardiovascular
Altas temperaturas podem gerar sobrecarga no sistema cardiovascular, uma vez que o corpo precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna estável. O calor excessivo pode causar desidratação e alterar a viscosidade do sangue, favorecendo a formação de coágulos que aumentam o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), picos de calor intenso estão associados a um aumento significativo de internações e óbitos por eventos cardíacos.
Além disso, as temperaturas baixas também afetam o coração. Em dias muito frios, o organismo responde com uma vasoconstrição para manter o calor corporal, o que aumenta a pressão arterial e sobrecarrega o coração, especialmente em pessoas com hipertensão. Estima-se que países com invernos rigorosos registram maior incidência de problemas cardíacos durante as épocas mais frias, colocando pacientes com predisposição em risco.
Para pessoas com condições cardíacas, o acompanhamento médico é essencial em períodos de clima extremo. Cardiologistas podem orientar quanto à hidratação, prática de exercícios e o uso de medicação em situações de temperaturas extremas, garantindo mais segurança para o paciente.
Poluição atmosférica e o risco aumentado de doenças cardíacas
A poluição do ar é outro fator agravante para a saúde cardíaca, principalmente em regiões urbanas e industriais. Substâncias tóxicas como dióxido de nitrogênio (NO₂) e partículas finas (PM2.5) irritam as vias respiratórias e afetam a circulação sanguínea, desencadeando inflamações que sobrecarregam o coração. Segundo dados da Global Burden of Disease, a poluição do ar está relacionada a cerca de 15% dos óbitos por doenças cardíacas no mundo.
Além do risco crônico, a exposição a altos níveis de poluição em curtos períodos também aumenta a probabilidade de arritmias e infartos. Estudos demonstram que, durante dias de qualidade do ar baixa, hospitais registram um aumento de até 10% nas internações por insuficiência cardíaca e problemas relacionados. Esse impacto é ainda mais expressivo em grandes cidades, onde a circulação de veículos e a atividade industrial elevam os níveis de poluição.
Medidas preventivas, como evitar atividades físicas ao ar livre em dias com alta concentração de poluentes, são fundamentais. Além disso, cardiologistas podem orientar o uso de máscaras específicas e recomendar exames preventivos frequentes para monitorar a saúde em áreas de alta poluição.
Adaptação e prevenção: como proteger o coração diante das mudanças climáticas
Diante do cenário climático atual, adaptar-se é essencial para manter a saúde cardíaca em dia. Adotar uma rotina de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas, fortalece o sistema cardiovascular e ajuda a reduzir os efeitos negativos do clima no organismo. Além disso, beber bastante água nos dias quentes e manter o corpo aquecido nos dias frios são práticas simples que fazem a diferença.
As visitas regulares ao cardiologista também ganham ainda mais importância. Durante essas consultas, é possível realizar exames para acompanhar a saúde do coração e receber orientações personalizadas, especialmente para quem vive em áreas sujeitas a climas extremos e alta poluição. O cardiologista pode ajustar a medicação, sugerir mudanças na rotina e recomendar exames adicionais conforme necessário.
Por fim, a conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde pode ajudar na adoção de políticas e ações de redução de poluentes. A criação de áreas verdes e o incentivo ao transporte sustentável, por exemplo, não só beneficiam o meio ambiente, mas também contribuem para a qualidade de vida e a saúde do coração de toda a população.