De acordo com um estudo publicado pela American Heart Association, aproximadamente 20% dos casos de endocardite infecciosa estão associados a bactérias provenientes da cavidade oral. Essa condição grave ocorre quando micro-organismos entram na corrente sanguínea, atingem o coração e causam uma infecção nas válvulas ou no revestimento cardíaco. A boa notícia é que, com cuidados simples de higiene bucal e acompanhamento médico, é possível reduzir significativamente o risco. Neste artigo, vamos explorar como bactérias da boca podem afetar o coração e a importância da prevenção.
O Que é a Endocardite Infecciosa e Como Ela se Relaciona à Saúde Bucal?
A endocardite infecciosa é uma infecção grave que afeta o endocárdio, o revestimento interno do coração. Essa condição ocorre quando bactérias ou outros patógenos entram na corrente sanguínea e se fixam no tecido cardíaco, especialmente em válvulas danificadas ou artificiais. Embora diversas origens sejam possíveis, bactérias da boca, como os estreptococos do grupo viridans, são uma das principais causas.
Problemas bucais, como gengivite e periodontite, favorecem a proliferação dessas bactérias, aumentando o risco de que elas entrem na corrente sanguínea por meio de pequenos cortes ou inflamações na gengiva. Isso é especialmente perigoso para pessoas com fatores predisponentes, como válvulas cardíacas artificiais ou histórico de doenças cardíacas.
Estudos mostram que a falta de cuidados regulares com a saúde bucal está diretamente associada a uma maior incidência de endocardite. Por isso, a prevenção começa na boca, com visitas regulares ao dentista e práticas de higiene adequadas.
Como as Bactérias da Boca Atingem o Coração?
O caminho das bactérias da boca até o coração pode parecer simples, mas os mecanismos são complexos. Pequenos traumas na gengiva, como aqueles causados por escovação inadequada ou procedimentos dentários invasivos, permitem que bactérias entrem na corrente sanguínea. Esse fenômeno é conhecido como bacteremia transitória.
Embora o sistema imunológico geralmente elimine esses invasores, em algumas pessoas, as bactérias podem se alojar nas válvulas ou no endocárdio, especialmente se esses tecidos já estiverem comprometidos. Uma vez fixadas, elas iniciam um processo inflamatório e infeccioso que pode levar a complicações graves, como insuficiência cardíaca ou embolias.
Pacientes com doenças cardíacas prévias, válvulas protéticas ou marcapassos são especialmente vulneráveis. Por isso, é crucial que esses indivíduos informem seus médicos sobre procedimentos odontológicos recentes e sigam orientações de profilaxia antibiótica, quando indicada.
Prevenção e Cuidados Simples
A prevenção da endocardite infecciosa começa com hábitos de higiene bucal. Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, usar fio dental regularmente e evitar o acúmulo de tártaro são passos essenciais. Além disso, visitas periódicas ao dentista ajudam a identificar e tratar problemas bucais antes que eles se tornem sérios.
Para pacientes com condições cardíacas de risco, como válvulas artificiais ou histórico de endocardite, os cuidados preventivos precisam ser ainda mais rigorosos. Antes de procedimentos odontológicos invasivos, o médico ou dentista pode prescrever antibióticos profiláticos para reduzir o risco de infecção.
É importante lembrar que a saúde do coração e da boca estão interligadas. Investir na prevenção é proteger não apenas o sorriso, mas também o órgão mais vital do corpo: o coração.