Como cardiologista, vejo todos os dias como o excesso de peso vai muito além de uma questão de aparência. Quando falamos de emagrecimento, a maioria das pessoas pensa imediatamente em caber numa roupa antiga ou se sentir bem no espelho. Mas o corpo está sempre comunicando, e o coração é um dos primeiros a mostrar que algo não está indo bem quando estamos acima do peso.
O acúmulo de gordura visceral, aquela que fica ao redor dos órgãos, é altamente inflamatória. Ela interfere no funcionamento das artérias, altera o metabolismo e favorece o desenvolvimento de doenças como hipertensão, diabetes tipo 2 e dislipidemias. Tudo isso coloca o coração sob uma pressão constante. Em muitos casos, o paciente não sente dor ou desconforto imediato, mas o dano está se acumulando silenciosamente.
O emagrecimento, quando feito de forma planejada e gradual, ajuda a reverter esse quadro. A pressão arterial tende a cair, o controle glicêmico melhora e os níveis de triglicerídeos e colesterol também se estabilizam. Mas é importante deixar claro: emagrecer não significa apenas comer menos. É preciso entender o corpo, respeitar os limites e fazer escolhas alimentares e de estilo de vida sustentáveis. O coração agradece cada passo nesse caminho.
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