Não é incomum atender pacientes jovens, muitas vezes ainda na casa dos 30, com sinais de desgaste cardiovascular que se esperaria em pessoas muito mais velhas. Em boa parte desses casos, a obesidade é o ponto de partida. Ela não chega de uma hora para outra, mas quando se instala, muda a forma como o corpo inteiro funciona.
O excesso de peso aumenta a demanda sobre o coração. Ele precisa bombear sangue para um volume corporal maior, o que exige mais trabalho, mais pressão e mais esforço. Ao mesmo tempo, a obesidade promove um estado de inflamação crônica que prejudica a função endotelial (a camada interna dos vasos), favorecendo a formação de placas de gordura nas artérias. Isso é o início da aterosclerose.
É importante entender que o coração não costuma dar alertas imediatos. Ele trabalha em silêncio, tentando compensar por anos as alterações provocadas pela obesidade. Quando os sintomas aparecem, como cansaço fácil, falta de ar ou dor no peito, o comprometimento já é significativo.
Por isso, o cuidado preventivo é fundamental. Não se trata apenas de perder peso, mas de recuperar o equilíbrio do organismo. Reeducar a alimentação, buscar acompanhamento médico regular e respeitar os sinais do corpo são caminhos reais para evitar complicações graves.
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